A gruta é mais extensa do que a gruta

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    sábado, dezembro 01, 2007

    ESPECIAL: 40º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO


    Tinha escrito alguns parágrafos com uma recapitulação ao mesmo tempo afetiva e factual deste período intenso e interessantíssimo composto pelos meus cinco dias como convidado do mais antigo festival de cinema do Brasil _especialmente marcante para mim por ter contido as duas primeiras exibições públicas daquele filminho antigo, cujo cartaz, feito por Octavio Blasco, reproduzo acima. Claro que não demorou muito para eu achar o texto muito brega e pouco atraente _foi devidamente apagado da existência. Portanto, caso alguém queira saber de algum pormenor específico, é só perguntar no nobilíssimo espaço da caixa de comentários.

    Simplificando e indo direto ao ponto, é claríssimo o diagnóstico (já sabido há muito, mas não deixa de ser chocante topar com este tipo de coisa) de que paira uma nuvem imensa de preconceitos a respeito do cinema, expressos nos debates realizados no Hotel Nacional e também nas premiações. Existe uma série de polarizações: além da mais óbvia (e mais boba), representada pelos filmes de Bressane e Bodanzky (basicamente, um cinema mais "exigente" e outro de "comunicação com o público" _a diferenciação é tacanha), ficou bem claro que existe também preconceitos contra filmes tachados de "literários" (como se a palavra fosse algo a ser desprezado pelos meios audiovisuais _então o Manoel de Oliveira, o Eduardo Coutinho e outros são ruins? Essa simplificação de "show don't tell" me parece coisa de "guru de roteiro" no pior sentido) e também contra a comédia (no debate com Cibele Amaral, diretora do curta que deu o prêmio de melhor ator ao grande Wolney de Assis, Maria do Rosário Caetano fez uma declaração horrenda, prontamente rebatida com simplicidade e brilho pela simpática cineasta). Curioso que "A Volta do Regresso" seja justamente, entre outras coisas, um filme de desafio a estes e a outros preconceitos...

    De resto, há tanta coisa para contar, e o tempo é tão escasso (e o cansaço, tão grande), que o melhor é não dizer nada... Mas caso o debate nos comentários seja interessante, posso me animar a escrever mais sobre a experiência, no próximo texto. Por hora, vamos à conclusão fundamental: a melhor coisa que me aconteceu no festival foi eu finalmente ter gostado do meu filme.

    ***

    "A Volta do Regresso" tem sua primeira exibição em São Paulo dentro da 21ª Mostra do Audiovisual Paulista, no dia 15 de dezembro (sábado que vem), às 19h30, na sala Petrobras da Cinemateca Brasileira, com entrada gratuita. Será o último filme da sessão _e o único a ser exibido em película (é o último dos dinossauros). Depois do filme, vamos para uma festa-show, agitada pelo Vebis, no The Clock, bar roqueiro na rua Turiaçu. Não deixem de perder.

    ***

    Depois de mais de seis anos afastado das redações da "grande mídia burguesa" (por causa de problemas de saúde e deste sonho maluco de ser astronauta no Chipre, entre outros), eis-me de volta, por um período limitado (mas não sei quanto) de tempo. Não sei o que vou inventar depois; mas como não consigo ficar fazendo a mesma coisa por muito tempo, não duvidem de que alguma outra novidade vá pintar. Projetos não faltam, a vida é rica (já o bolso...).

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