A gruta é mais extensa do que a gruta

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    quarta-feira, fevereiro 01, 2006

    Filmes vistos entre 21/01 e 31/01

    Enemy at the Gates: Filme de Jean-Jacques Annaud que demora um pouco a engrenar, mas que acaba se segurando graças ao argumento fortíssimo, inspirado numa história real durante o cerco alemão a Stalingrado durante a Segunda Guerra Mundial. Rachel Weisz está mais linda do que nunca. A trilha sonora enche o saco.

    La Demoiselle d'Honneur: Um pouquinho de "Rope" aqui, um toque de "Psicose" ali, um começo meio arrastado, um final abrupto e senso de humor de sobra são alguns dos ingredientes do filme novo do Chabrol. Aquém do esperado, mas longe de ser insignificante. A atriz lembra muito uma amiga minha...

    Day of the Dead: Apesar de não gostar muito das cenas "gore" e da trilha sonora (ê, anos 80), a terceira parte da saga dos mortos de Romero traz desdobramentos interessantes no enredo, além de enquadramentos belíssimos (sem falar em todas as associações político-socias que podemos tirar dali...). Podem ver sem medo.

    Dark Water: Longe de ser tão ruim quanto andaram dizendo (nem é o pior filme do Salles _e olhem que não vi "A Grande Arte"), é óbvio que não chega aos pés de Polanski, inspiração assumida. O elenco está ótimo (destaque para Tim Roth), e o enredo não é dos piores. Faltou mesmo saber construir climas de tensão, sequer dá para dizer que se trata de um filme de horror. Spielberg provavelmente faria um grande filme a partir do mesmo roteiro.

    Bread and Roses: Há de se respeitar Ken Loach, por sua coerência e compromisso com temas sociais, que dizem respeito a todos nós. Claro que isso não é sinônimo de bom cinema, mas aqui, apesar de nada muito genial, ele demonstra domínio do meio e criatividade. Sabe também manter o interesse numa história sem grandes apelos à primeira vista e consegue criar pelo menos uma cena de grande carga emotiva, onde se mostra um bom diretor de atores.

    The Terminal: Realmente não dá para entender o motivo de terem menosprezado tanto este filme de Steven Spielberg. É sensível, inteligentíssimo, repleto de imagens marcantes, o texto é certeiro, o elenco está muito bem e Tom Hanks, após muito tempo, volta a demonstrar seu imenso talento para a comédia. Filme de mestre, onde quase tudo funciona _só há uma escorregada bem no finalzinho, mas ninguém é perfeito...

    Jogo Subterrâneo: Não esperava que este filme fosse tão fraquinho... Não só acaba sendo uma comédia involuntária, devido ao péssimo texto e às atuações (é a primeira vez que não gosto da Mendonça), como também uma afronta à memória de Cortázar. Será que a crítica foi condescendente por o diretor ter demorado tanto tempo (quase 20 anos) para fazer outro longa?

    Fever Pitch: Incursão dos Farrely na "comédia romântica" que não faz jus ao primeiro termo. Decepção tremenda, mas não dava mesmo para esperar muito de um filme baseado num livro do Hornby (embora "About a Boy" tenha saído melhor que a encomenda).

    The Longest Yard: Comédia repleta de bons momentos (muitas, muitas risadas), mas bastante irregular (enchem o saco os freqüentes clipezinhos introduzindo o ambiente e o cotidiano do presídio, com a mesma música). Adam Sandler é um bom ator e brilha no prólogo (há de se destacar também a presença de Courtney Cox, gostosíssima como nunca foi em "Friends"). Vi o original do Aldrich numa das velhas madrugadas da Globo, mal me lembro...

    Machuca: Retratar a tensão social durante o governo e a queda de Salvador Allende (também num 11 de setrembro) é um bom ponto de partida, mas este filme não ultrapassa o convencionalismo. Entretanto, não é totalmente desprovido de interesse: a trilha sonora é boa, e Manuela Martelli é encantadora.

    Shaun of the Dead: Ao lado de "O Guia do Mochileiro das Galáxias", este filme representa o melancólico estado atual do humor inglês _se é que dá para chamar isto de humor, já que o filme aparentemente não se decide entre a graça e a desgraça. Não é engraçado, não é inteligente, não mete medo, não traz nenhuma espécie de metáfora minimamente interessante, não tem mulher bonita, enfim, uma chatice e um desastre quase completo _salva-se apenas a atuação de Nick Frost como o amigo gordo, nojento, burro, vagabundo e gente boa.

    The Iron Giant: Encantador longa de animação dirigido por Brad Bird, que ficaria ainda mais famoso com "Os Incríveis". Tirando uma pequena escorregada sentimentalóide, o filme é um delicioso conto moral, exaltanto o pacifismo e a tolerância com as diferenças, com charme, inteligência e bom humor raros e admiráveis. A cena com o cervo morto é antológica.

    Harmada: A volta de Maurice Capovilla, diretor de belos filmes, ao longa-metragem após mais de 20 anos, mais do que dedicada ao teatro, é dedicada à toda arte narrativa, mas não se limita a ela. A divisão firme em cenas, sem continuidade direta, ocasiona certa irregularidade, mas as atuações (Peréio como o óbvio destaque) valem a pena.

    Shaolin Soccer: Deliciosa comédia nonsense. A idéia de unir duas paixões como o kung fu e o futebol é um golaço (pelo que sei, filmes deste tipo são coqueluche na Ásia). É ótimo quando não se tem vergonha de ser tão engraçado. As brincadeiras com as convenções narrativas são o ponto forte.

    Close Encounters of the Third Kind: A revisão confirma: é o melhor filme de Spielberg. Especialmente durante o início (o céu falso mais lindo do mundo), genial. O garotinho é um achado ("Toys! Toys!"), e a mera presença de François Truffaut faz tudo ficar ainda maior.

    Crime Delicado: Embora não seja nenhuma maravilha, ainda assim acho que é o melhor filme do Brant. É especialmente boa a seqüência da modelo posando para os retratos, e o pintor criando-os (chegou a me lembrar o filme do Clouzot sobre o Picasso). Interessante a escolha de Brant por filmar em locações (o jornal é a Folha, o fórum é de verdade etc.). O plano final é muito previsível...


    Munich:
    Um Spielberg menor, mas há que se admirar a disposição dele de mexer com um tema tão difícil. Embora possa ser considerado atípico por muitos, o estilo do diretor é facilmente reconhecível, especialmente nos momentos de tensão, como a holandesa buscando a arma na gaveta (uma das cenas do ano desde já) e a volta da garotinha ao apartamento. Mas é looooongo... E é impressionante como tem gente dizendo que não viu o WTC no final, as torres ficam lá nos créditos um tempão, bem no meio do quadro, super evidentes...

    A Bug's Life: Animação bem chatinha da Disney/Pixar. O impressionante é que o filme não é apenas fraco de enredo e de atuações, mas a própria animação não chama a atenção _mas é claro que isso pode se dever ao fato de a tecnologia avançar tão rapidamente nessa área...

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