A gruta é mais extensa do que a gruta

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    sábado, abril 14, 2007

    5 anos na tela

    Há exatos 5 anos, este espaço era inaugurado, com textos que eu publicava em outro site de espectro bem mais amplo, quando estes eram mais populares do que os blogs. A cada aniversário, costumava publicar ou uma espécie de carta de intenções, na tentativa de explicar os propósitos e as regras internas que regem esta publicação (eu sou virginiano e escorpiano, ética e método são assuntos seriíssimos para mim) ou uma retrospectiva dos filmes comentados naquele ano.

    Hoje, não vou fazer nenhuma das duas coisas, porque a primeira já foi feita mais de uma vez e não preciso me repetir, e a segunda tornou-se inviável, devido às naturais mudanças que o tempo traz (no início, este blog era totalmente dedicado a filmes que eu via em salas de cinema; hoje, principalmente por questões de pesquisa, a imensa maioria dos filmes que eu vejo são baixados da internet _e foi um longo caminho até que eu derrotasse meus preconceitos a respeito deles).

    Mas o que não posso deixar de fazer é agradecer a todos os que visitam e já visitaram este endereço, em especial àqueles que deixam comentários, já que a interação sempre foi o motivo primordial disto aqui (nunca vou me cansar de dizer que os textos são meros pretextos para os bate-papos na caixa de comentários). Incluo neste agradecimento os familiares, os amigos, os colegas que também criaram seus blogs ou que também trabalham com jornalismo ou cinema (muitos viraram amigos), as namoradas, as que apenas deram para mim e até mesmo os detratores que, anonimamente (estes são vermes covardes, mas merecem citação) ou não, provocaram discussões muitíssimo divertidas. Como diz o Vebis, "Saravá, Peckinpah"!

    ***


    Eu sou fã de cinema desde criancinha (quando via Chaplin, Jerry Lewis e Trapalhões na "Sessão da Tarde", além das aventuras clássicas de Robin Hood ou Sindbad) e faço trabalhos em vídeo desde 1992; mas foi só após iniciar este blog que eu me levantei da mesa na qual escrevia roteiros (a literatura ainda vem em primeiro lugar, sempre virá, está no sangue) há muito e fui me aventurar nas áreas de direção e montagem. Nelas, não sinto a segurança que os textos me dão, o que obviamente é excitante _correr perigo é um tanto engraçado. Não faço a menor idéia para onde a vida vai me levar, mas é um privilégio ter a chance de compreender um pouco mais a mim mesmo por meio destes trabalhos, que vivem num pêndulo entre...





    ...a amizade...





    ...e a violência que por vezes brota dela.

    (Nas fotos: Cássio Inácio e Eduardo Gomes em "A Dolorosa", 2004; Carlo Mossy, Gustavo Engracia e Ênio Gonçalves em "A Volta do Regresso", 2006.)

    ***


    Da primeira vez que ouvi falar em trailer para curta-metragem, achei a coisa mais ridícula e marqueteira do mundo. Mas agora queimo a língua (adoro mudar de opinião) porque, como alguns planos e músicas produzidos para "A Volta do Regresso" acabaram não entrando no filme, achei que poderia aproveitá-los em pequenos vídeos e publicá-los no YouTube. Este que mostro a seguir é o segundo deles, dedicado a apresentar as três personagens principais, interpretadas pelos grandes atores citados acima. Obviamente, a qualidade da imagem está péssima (não somente por causa da compressão, mas porque foi retirada de um telecine tosco, feito somente para fins de montagem, sem correção de cores), mas talvez seja suficiente para matar a curiosidade de alguns amigos que moram longe e que estão me cobrando o máximo de informações a respeito. A música, componente da trilha sonora original de Vinicius Calvitti, é uma variação do tema principal e aparece na terceira cena do filme.



    ***


    Questionar o sentido da vida é banal ou necessário? Ciência e religião ajudam ou atrapalham? É verdade que os suicidas, afinal, tinham razão?

    Engraçado que este tipo de pergunta me vinha à cabeça quando eu olhava para o cachorro da família, o primeiro e único que tivemos, que eu batizei. Eu o via dormindo e latindo para os passarinhos, comendo e bebendo, cagando e mijando, e me perguntava: "Por quê? Para quê? Faz alguma diferença?". Talvez seja uma conclusão apressada e efêmera, mas hoje eu acho que faz.



    Apolo (1992-2007)

    2 comentários:

    Anônimo disse...

    Pois é velhão, geralmente, infelizmente, somente quando perdemos algo (talvez não seja o seu caso) é que precisamos atribuir sentidos/explicações a seres que gostávamos.
    Saudades...
    Fernandinho, de Votuporanga

    Marcelo V. disse...

    Pô, rapaz, que honra ler este seu comentário (quase três anos depois de você tê-lo feito)! Valeu mesmo, meu amigo! Saudades imensas!

    Na platéia